ASSUNTO

domingo, 12 de abril de 2015

Cerveja pode ajudar contra Alzheimer e Parkinson

Em experiências de laboratório, eles descobriram que a substância química, chamada xanthohumol, pode ajudar a proteger as células do cérebro dos danos oxidativos associados à demência.

A pesquisa, publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry, sugeriu que as pessoas que bebem regularmente cerveja podem afastar a progressão de doenças neurológicas.

O Dr. Jianguo Fang, da Universidade de Lanzhou, na China, disse: "Essa substância pode ser encontrado em um grupo de plantas secas e são amplamente usadas em cervejas e alguns tipos de refrigerantes”.

Ele prossegue: “Na medicina tradicional chinesa, o lúpulo têm sido utilizado para tratar uma variedade de doenças por séculos. A presença de uma elevada concentração de xanthohumol em cervejas pode ser associado à observação epidemiológica, tornando o hábito de beber cerveja algo benéfico”.

Xanthohumol tem atraído um interesse considerável por causa de suas funções farmacológicas múltiplas, por ser antioxidante, proteger o coração, ser anticancerígeno, contribuir contra a obesidade, ser anti-inflamatório e prevenir o câncer.

A equipe do Dr. Fang isolou moléculas de xanthohumol e testou em células cerebrais de camundongos em uma série de experimentos de laboratório. Eles descobriram que o xanthohumol reduziu o nível de estresse oxidativo nas células, um processo prejudicial que é tido como intimamente ligado a doenças degenerativas.

No artigo na revista, os pesquisadores disseram: “As células neuronais são particularmente vulneráveis ​​ao estresse oxidativo por ter reposição limitada durante toda a vida. Cada vez mais provas mostram que o estresse oxidativo é uma das causas de patogenias neurológicas e de doenças neurodegenerativas, tais como Alzheimer e Parkinson”.

“Bloqueando o processo oxidativo, torna-se eficiente bloquear ou retardar o processo que desenvolve tais doenças”, concluíram.

A equipe do Dr. Fang sugeriu que a cerveja pode retardar doenças neurológicas comuns, mas eles também sugeriram que a molécula poderia ser usada em medicamentos, em concentrações maiores.

Eles citaram um estudo canadense de 1998, em que homens que bebiam regularmente cerveja possuíam taxas menores de câncer de próstata, um efeito que também é creditado ser pelo xanthohumol.

No entanto, cientistas que não estiveram relacionados com o estudo, alertam que o consumo excessivo de cerveja, em uma frequência muito alta, pode ser um problema, já que o excesso de álcool está associado a um risco maior de demência por destruir tecido cerebral.

Os médicos orientam a não beber excessivamente cerveja buscando efeito protetor, mas dizem que a pesquisa é importante e pode levar à elaboração de novos medicamentos na luta contra as doenças neurodegenerativas.

O Dr. Arthur Roach, diretor de pesquisa da Parkinson UK, disse: "Muitas drogas têm suas origens em produtos naturais. Xanthohumol, a ‘molécula da cerveja’ em que este estudo enfoca, parece ter efeito protetor sobre as células cultivadas em laboratório”, disse.

domingo, 30 de novembro de 2014

Isto é Wasabi

Pode ser meio decepcionante, mas a pasta esmeralda da capa, conhecida dos frequentadores de restaurantes japoneses no Brasil como wasabi, de aroma e sabor característicos – não é wasabi. Tão indissociável de sushis e sashimis quanto o shoyu e o gengibre, esse condimento da capa é, na verdade, uma mistura de raiz-forte, corante e outros aditivos. Por serem da mesma família, as crucíferas, e compartilharem o mesmo componente responsável pela ardência (veja abaixo), é comum a raiz-forte e o wasabi serem tidos como “gêmeos”. Mas em estado natural, lado a lado, wasabi e raiz-forte não poderiam ser mais distintos.

A raiz-forte (Armoracia rusticana) é uma raiz de origem europeia. Segundo o botânico Gil Felippe, já era conhecida pelos egípcios, gregos e romanos. Alan Davidson, em The Oxford Companion to Food, conta que a raiz-forte era amplamente difundida por ser um dos poucos condimentos cativos nas cozinhas medievais antes da difusão das especiarias – cravo, canela, pimenta-do-reino – no século 16. Durante muito tempo, a raiz-forte foi fundamental para melhorar o sabor de carnes, peixes e ovos, além de ter ação antibacteriana.
Comum em toda a Europa, a raiz-forte é usada na forma de relish, em conservas com purê de maçã e preservada em vinagre. Por ser bastante perecível, não é muito consumida fresca, pois suas propriedades e sabores não se preservam por muito tempo.

Delicadeza. Ralado na hora, o wasabi conserva a cor e a complexidade de sabores. FOTO: Tiago Queiroz/ESTADÃO
O wasabi (Eutrema wasabi) natural do Oriente e cultivado no Japão e parte da China, tem um leve tom esverdeado e sabor mais sutil que a raiz-forte. O wasabi confere complexidade de sabor, enquanto a raiz forte dá mais picância. A pasta do wasabi fresca é picante, porém muito mais suave que a raiz-forte, e ligeiramente fibrosa. E o preço é alto: mesmo no Japão, poucos restaurantes oferecem o wasabi in natura. O de melhor qualidade chega a custar 2 mil ienes cada raiz, quase R$ 40. Ou mais, dependendo da região em que foi plantado, da época do ano e do tamanho.
“Wasabi é bom fresquinho. Ele dura uns dois dias no máximo em sua forma ideal, por isso no Japão os fornecedores entregam aos bons restaurantes a cada dois dias”, conta o sushiman Edson Yamashita, do paulistano Aze, que trabalhou em Tóquio quase uma década. “Aqui não chega wasabi fresco, ninguém cultiva no país”, diz.
A confusão entre wasabi e raiz-forte tem várias explicações, começando pela semelhança de sabor. E, para complicar, no Japão raiz-forte também é conhecida como seiyo wasabi. No Brasil, a bagunça chega a ponto de se ler “wasabi e raiz-forte” no rótulo de um mesmo produto.
Os mercados oferecem raiz-forte em pasta, já pronta, ou em pó para ser misturada com água – essa é a versão mais utilizada nos restaurantes de São Paulo. Algumas poucas casas mais sofisticadas, como Aizomê, Kinoshita, Shin-Zushi e Jun Sakamoto, recebem, esporadicamente, a raiz de wasabi ralada e congelada, comprada de importadores.
Tradição. Ralador de barbatana de tubarão deixa o wasabi fininho e impede a oxidação. FOTO: Felipe Rau/ESTADÃO
Ainda assim, o sabor e o aroma são completamente diferentes da experiência de provar o wasabi ralado na hora. Nos restaurantes mais sofisticados do Japão, o wasabi é ralado num ralador como o da foto acima, feito com barbatana de tubarão que é áspera como uma lixa e consegue ralar bem fininho. Além disso, por ser de material orgânico, o ralador de barbatana evita a oxidação. O apetrecho equivale à colher de madre pérola para servir caviar. É mais um item tradicional da cozinha japonesa, cheia de itens tradicionais. Na falta, usa-se o de cerâmica, mas jamais ralador de metal.
Considerado iguaria mesmo em casa, em razão do cultivo difícil, o wasabi ocupa o espaço entre o arroz e o peixe nos sushis e “tempera” os sashimis.
Também costumam ser acompanhados de wasabi pratos tradicionais como o zarusoba (soba frio servido em uma esteira de bambu e com os acompanhamentos à parte, cebolinha e caldo) e o ochazuke (arroz mergulhado em chá-verde e dashi em proporções iguais e com diferentes coberturas, como a de wasabi).
Em alguns restaurantes especializados em soba, o wasabi chega à mesa in natura para ser ralado pelo próprio cliente. Assim, o sabor da raiz pode ser apreciado em seu auge, pois o gosto começa a se perder em 15 a 20 minutos.
Além da raiz, as folhas, hastes e flores também são utilizadas na cozinha. Têm gosto picante – ainda que mais suave – e podem ser consumidas como tempurá, cozidas em shoyu ou misturadas no arroz. Também se prestam ao preparo de conservas. “A conserva de wasabi é elaborada com borra de saquê. Ela fica picante, doce e levemente alcoólica”, diz Marisa Ono, do blog Delícia.
DUELO RADICAL
Wasabi

- Eutrema japonica
- A variedade mais cobiçada é cultivada em lagos de água fria nas encostas montanhosas do Japão
- A raiz intacta não tem cheiro – o sabor é suave, levemente pungente e a cor verde-clara
- No Japão, a raiz é ralada na hora da refeição em ralador de pele de tubarão
- As folhas e flores rendem uma conserva com borra de saquê
Raiz-forte

- Armoracia rusticana
- É cultivada na terra. Por aqui ainda custa caro por ter poucos produtores. Um deles, Luis Yano, em Mogi das Cruzes, já aumentou a produção
- A raiz intacta também não tem cheiro. Precisa ser cortada ou ralada
- O ideal é usar ralador de cerâmica para não acelerar a oxidação (as raspas enegrecem rapidamente)
- Apenas a raiz se aproveita
NA PRATELEIRA
Em pó

A etiqueta em português não deixa claro se o pó é de wasabi ou raiz-forte: menciona os dois ingredientes, além de mostarda e amido. Para completar, o produto é coreano, não japonês.
No tubo
Apesar da praticidade e do nome, a pasta pronta japonesa não leva wasabi. É feita com raiz-forte, curcuma, goma xantana, corantes e outros ingredientes.
Wasabi ou raiz-forte?

Nenhum dos dois. Este ‘wasabi’ em pó, importado do Japão, é na verdade uma mistura de raiz-forte, mostarda, amido de milho, aromatizante, corante e ácido ascórbico.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A etimologia para comer e beber: Carpaccio, Martíni, Pizzaria, de onde vêm?

Deonísio da Silva - CARPACCIO, MARTÍNI, PIZZARIA: DE ONDE VÊM?

Carpaccio: conquanto ainda não tenha sido aportuguesado, carpaccio está na culinária brasileira há longo tempo, vindo do nome do italiano Vittore Carpaccio (1460-1526), pintor nascido em Veneza, em homenagem ao qual o prato foi criado. Designa carne ou peixe servidos crus em fatias finas, temperadas com azeite de oliva, limão etc., às vezes polvilhadas de queijo ralado. Quem o criou não foi um cozinheiro, mas Giuseppe Cipriani, barman italiano no Harry’s Bar, em Veneza. O local é referido com frequência pelo escritor norte-americano Ernest Heminguay (1899-1961), no romance Do Outro Lado do Rio, entre as Árvores. Quando as pessoas diziam que ele havia promovido seu bar, Cipriani replicava: “Não, fui eu e o meu bar que promovemos Hemingway. Ele recebeu o Prêmio Nobel depois, não antes”.

Desconhecido: de desconhecer e este de conhecer, do Latim cognoscere, em que a partícula inicial “cog” está agregada ao étimo noscere, ainda mais claro se exemplificado com ignorare, em que está presente o mesmo étimo, sendo “ig” o elemento de negação. Ignorare, ignorar, é, portanto, desconhecer. Ignorante e ignaro têm o mesmo étimo. A fala popular intuiu que indivíduos “sem noção”, do Latim notione, declinação de notio, são ignorantes e ignaros. Se sobre eles pesam restrições, isso não ocorre com o “desconhecido”, que frequentemente é temido ou admirado. No dia 28 de novembro, lembramos o soldado desconhecido, reunindo para memória, num indivíduo, todos os que morreram em combate sem que nem pudessem ser identificados. É também o Dia Nacional de Ação de Graças.

Martíni: de origem controversa, provavelmente do Italiano Martini, sobrenome de Alessandro, importador de vermute para os Estados Unidos, ou de um barman chamado Joe Martini, que o teria criado no bar de um hotel em Nova York, a pedido de John Davidson Rockfeller (1906-1978). Famosas personalidades registraram louvores ao aperitivo, segundo nos informa o chef de cozinha e apresentador inglês James Winter no livro Quem Colocou o Filé no Wellington?. Hemingway ironizou tantas receitas. Disse que, se alguém se perdesse na selva africana, era só sentar-se sobre uma pedra e preparar o aperitivo: “Garanto que em menos de 5 minutos vai aparecer alguém dizendo que a dosagem de gim e vermute está errada”.

Pizzaria: de pizza, que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa não registra. Mas registra onde o prato é vendido e consumido, a pizzaria, denominação influenciada também pelo Italiano pizzeria. Os próprios italianos reconhecem que a palavra pizza tem origem no Germânico e chegou ao Italiano pelo Longobardo bizzo, mordida, bocado, semelhante a focaccia, fogaça, pão assado em brasas, sob cinza. Foi o pizzaoilo Raffaele Esposito quem criou a pizza margherita, em homenagem à rainha italiana Margarida Maria Teresa Joana de Saboia (1851-1926), quando esta visitava Nápoles, sua terra natal, em companhia do esposo, o rei Umberto I (1844-1900), depois assassinado por um anarquista da Toscana.

Salada: do Francês salade, com influências do Italiano insalata, por suas variantes do norte, salata e salada. Designa prato de hortaliças, legumes, crus ou cozidos, mas especialmente alface, aos quais são acrescentados também pão tostado, sovado ou moído, ao tempero de sal, azeite, limão, vinagre etc. Mas as saladas não são apenas italianas. Duas das mais famosas são a salada russa e a salada César, esta última referida nos cardápios brasileiros de forma paradoxal: mantém-se em Português salada, e não salad, como no Inglês, mas muda-se César para Caesar, pronunciando-se “Tcízar” a palavra do Latim, como se fosse do Inglês. A iguaria foi criada durante a Lei Seca, nos anos 1920, nos Estados Unidos. As bebidas alcoólicas estavam proibidas. Para forrar o estômago de seus clientes, a comida havia acabado, Caesar Cardini (1896-1956), dono de um restaurante em Tijuana, no México, vizinha a São Diego, nos Estados Unidos, inventou o prato.

Vermute: do Inglês wordwood, nome pelo qual o absinto era conhecido, com influências do Alemão Wermut e do Francês vermout. Ao lado do gim, é um dos dois ingredientes do martíni.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Alimentação Carnívora

O Australopithecus cujo o nome significa " macaco do sul ", apareceu há cerca de 5 milhões de anos atrás durante o Plioceno possuía diversas espécies as quais uma acredita-se ser ancestral direto dos homens. O gênero media uns 105 centímetros de altura e seu cérebro era mais ou menos do tamanho do de um chimpanzé. O Australopithecus já andava ereto e talvez usasse ferramentas rudimentares como paus e pedras ( sem modificá-los ), mas provavelmente não falava. Durante os 2,5 milhões de anos seguintes, eles dominaram o planeta extinguindo várias espécies animais que cruzavam o seu caminho, até mesmo outras espécies de Australopithecus, que não estavam tão adaptados ao meio e acabaram se extinguindo. E os mais adaptados deram origem aos nossos ancestrais um pouco mais evoluídos que o Australopithecus.

Em seus estágios finais há aproximadamente 2,5 milhões de anos atrás surgiu um Australopithecus que incluía carne em sua alimentação (podendo ser até carniça), o que possibilitou uma diminuição no tamanho do e stômago ( pois a carne é mais fácil de ser digerida do que vegetais) e um acumulo de proteína que resultou no aumento do cérebro e o surgimento de uma nova espécie o Homo habilis.


AGORA A PERGUNTA A ONIVOROS E A VEGANS:

O QUE TERIA ACONTECIDO COM A EVOLUÇÃO HUMANA SE O AUSTRALOPITHECUS NÃO TIVESSE INSERIDO A CARNE EM SUA ALIMENTAÇÃO? O QUE SERIAMOS HOJE? HUMANOS OU SÍMIOS? EU PREFIRO SER HUMANO E VOCÊS?


Eu nesse tópico descrevi o Australopithecus. Porém face a críticas de alguns, resolvi ir mais a fundo desta questão e descobri algo interessantissimo. O que aconteceu também com os que escolheram continuar a se alimentar somente de vegetais. Os que escolheram comer carne se tornando onivoros nós já sabemos o que aconteceu, se transformaram em nós(Homo Sapiens Sapiens). Agora vou mostrar o que aconteceu aos que resolveram seguir o vegetarianismo.

Até o Australopithecus afarensis todos os hominideos eram vegetarianos coletores. Porém começaram a ter divisoes(principalmente no ramo alimentar começou-se a ter nichos) e separou-se entre 2 ramos(existem teorias que tiveram 5 ramos porém não vingaram, entao vamos aos que deram novos hominideos, que são somente os 2 que citarei):

- Australopithecus africanus (que incluiu a carne crua em sua dieta alimentar o que ajudou no crescimento do cerebro e deu origem ao Homo Rudolfensis e ao Homo Habilis. Sendo que o Homo Habilis deu continuidade a evolução do cerebro chegando aos demais hominideos até chegar a nós, Homo Sapiens Sapiens);

- Paranthropus aethiopicus(que é o descendente do Australopithecus afarensis que optou por continuar com uma dieta essencialmente vegetariana e falarei dele e seus descendentes mais a seguir para mostrar a qualquer vegetariano/vegan aonde caminha a humanidade que ele tanto sonha)

O Paranthropus aethiopicus foi um hominídeo bípede do gênero Paranthropus que viveu entre 2,8 e 2,2 milhões de anos atrás no Plioceno. Os fósseis representando o início desse gênero incluem alguns fósseis fragmentados da Etiópia e um crânio encontrado no Lago Turkana sítio no Quênia conhecido como Caveira Negra. Esse crânio tem um volume de cerca de 410ml, o menor cérebro de adulto já descoberto em um hominídio estabelecido.

Baseando-se nas medições do crânio, os cientistas concluíram que esta espécie possuía o menor cérebro de todos os hominídeos adultos jamais descobertos.

O crânio também tem a mais definida linha sagital entre os hominídeos, a face mais prognática e molares extremamente grandes (apesar de não ter sido encontrado nenhum dente com o crânio).

Como todos os outros membros de Paranthropus, essa espécie foi uma vez colocada no gênero Australopithecus.

O seu tamanho corporal é semelhante ao seu sequente Paranthropus boisei, continuando a apresentar um acentuado dimorfismo sexual. Não existem vestígios de qualquer uso de utensílios.

O habitat era a savana semi-árida, embora por vezes andassem na floresta.

Apesar da filogenia do Paranthropus aethiopicus não ser fácil de compreender, o que provocou muitos debates na comunidade científica, toma-se como provável, ter sido o elo de ligação entre o Australopitecos africano e Paranthropus boisei.

O gênero Paranthropus viveu em ambientes muito mais secos que os seus antecessores e desenvolveu uma mandíbula muito peculiar para poder mastigar os frutos duros dos quais se alimentava. Conviveu com Homo durante cerca de 1,5 Ma. Este gênero foi encontrado na África Oriental e do Sul e surgiu há cerca de 2,3 Ma. Apresentava um claro dimorfismo sexual no tamanho corporal.

Para a maioria dos pesquisadores é o perfeito intermediário evolutivo entre Australopithecus afarensis, por um lado, e Paranthropus robustus e Paranthropus boisei, por outro.

No que diz respeito a relações evolutivas entre Paranthropus robustus e Paranthropus boisei, a maior parte dos investigadores coincide em aceitar que ambas evoluíram separadamente do Paranthropus aethiopicus, se bem que o Paranthropus boisei tenha sofrido uma especialização mais acentuada e o Paranthropus robustus tenha retido mais traços primitivos.

O Paranthropus boisei (originalmente chamado Zinjanthropus boisei e então Australopithecus boisei até recentemente) foi um dos primeiros hominídeos que viveram no Leste da África, de cerca de 2 até 1 milhão de anos atrás durante o Pleistoceno. Tinha um crânio altamente especializado à mastigação pesada. P. boisei habitou os pastos secos da savana da África Leste durante um período de 2,5 a 1 milhão de anos atrás.

O primeiro fóssil foi descoberto em um sítio arqueológico rico, FLK Zinj, no Oldupai Gorge, por Mary Leakey em 1959, de onde o nome, "Zinj man." O epíteto da espécie "boisei" é uma homenagem a Charles Boise, que contribuiu financeiramente ao trabalho de Louis e Mary Leakey no Olduvai Gorge.

Essa espécie é caracterizada por um crânio grande com uma mandíbula pesada e grandes molares. O cérebro é pequeno (cerca de 450 centímetros cúbicos). A mandíbula grande e a dentição pode ter sido uma adaptação à sua dieta de vegetais fibrosos e secos. Presume-se que essas espécies lidaram com a mudança para um ambiente mais semelhante à savana que estava tomando lugar ao se especializar em uma dieta baseada em plantas de baixa qualidade. A mesma adaptação ocorreu no sul da África com a evolução do Paranthropus robustus.

Permanece incerto se essa espécie fabricava ferramentas; quando foi descoberta, ela foi tomada como um de nossos ancestrais fabricantes de ferramentas, já que o sítio também havia mostrado evidências de ferramentas de flint. Entretanto, o primeiro fóssil de Homo habilis foi depois encontrado no mesmo sítio. Após a descoberta do Homo habilis, ele foi visto como o produtor das ferramentas. Por outro lado, é possível que outras espécies produziam ferramentas também. Pesquisas a respeito de ferramentas de mão do Paranthropus robustus, uma espécie que pensava-se ser muito semelhante ao Paranthropus boisei, mostrou que, anatomicamente, eles eram capazes de realizar a tão chamada habilidade de precisão. Então o Paranthropus boisei possuía os requerimentos anatômicos para fabricar ferramentas embora ainda não esteja provado.

Com a ocorrência de grandes alterações climáticas verificadas neste período, a adaptação deverá ter sido crítica para sobreviver, com os antigos recursos reduzidos ou mesmo esgotados. O Paranthropus boisei não foi capaz de efetuar a adaptação em face da mudança, pelo que o seu desaparecimento ocorreu há cerca de 1,2 milhões de anos.

Coexistiu com o seu sucessor Paranthropus rubustus e manteve com ele uma existência interativa. Corporalmente mais desenvolvido que os seus antecessores, continua a ser visível o dimorfismo sexual.

O crânio dos machos é maior do que o das fêmeas e de construção mais pesada, com uma capacidade craniana de 510 cm3.

Pode ser observada uma grande crista sagital no topo do crânio, uma face baixa formada por um largo arco zygomático e dentes que se projetam para a frente das fossas nasais.

A relação dos maciços dentes molares com os relativos pequenos dentes incisivos, reflete a adaptação para uma forte mastigação.

As condições difíceis em que vivia, exigiram-lhe uma dieta composta por rijos alimentos vegetais fibrosos.

Vêm-se os contrafortes da mandíbula com uma massa grossa de ossos até aos molares, onde os músculos ramus convergem com o corpo da mandíbula. Estes contrafortes são uma adaptação estrutural para ajudar a mandíbula a suportar a pressão exercida pelos músculos da mastigação. A massa muscular descia da crista sagital onde estava fixa até à mandíbula, formando desta forma um poderoso aparelho mastigador.

O Paranthropus robustus foi originalmente descoberto na África meridional em 1938. O desenvolvimento do P. robustus, especificamente nos atributos cranianos, parecia indicar um "complexo de mastigação pesada". Devido às características essenciais associadas à linhagem robusta destes australopitecinos, o antropólogo Robert Broom criou o gênero Paranthropus incluindo nele o P. robustus.

O Paranthropus robustus é geralmente datado como tendo de 1 a 2,6 milhões de anos. Ele tinha a parte superior dorsal larga, mandíbula e músculos da mandíbula adaptados ao ambiente seco em que eles viviam.

A descoberta de um rubustus jovem, numa caverna em Swartkranz, na África do Sul, cujo crânio apresentava perfurações feitas pelos dentes caninos de um leopardo, sugere que este primitivo hominídeo viveu ao mesmo tempo que os grandes predadores das planícies africanas.

Tinha uma aparência alta, o peso rondava os 45 Kg, com uma estrutura larga e com uma capacidade craniana entre os 500 e os 600 cm3. A face pesada é de forma plana, sem fonte e vastas sobrancelhas. As suas mãos eram muito parecidas com as do homem atual, com uma longa palma, capaz de fazer movimentos e manipular objetos.

As adaptações do crânio estavam ligadas com um “pesado complexo de mastigação”. Este complexo permitia a estes primitivos humanos comerem grandes quantidades de rija comida fibrosa de origem vegetal como ervas, vegetais fibrosos, frutos secos, frutos duros, frutos espinhentos e folhas.

Os arcos zygomáticos são grandes e destacados para fora da face. A sua inclinação muito extensa, cria um grande espaço entre o arco e o cérebro, e a abertura é conhecida como a fossa temporal.

Dois conjuntos de músculos estão associados à seção de moer necessária para processar estes tipos de comida; o complexo masseter, que estão fixados no fundo do arco zygomático, e os músculos temporais que passam por baixo do arco e fixam-se no cimo do crânio.

A expansão para a frente dos dentes molares cria mais espaço para os músculos temporais passarem por baixo do arco zygométrico, e o incrementado tamanho dos arcos proporciona mais espaço para acomodar um grande músculo masseter.

Outra característica do crânio rubustus é a presença de uma proeminente crista sagital, maior no macho do que na fêmea, um ossudo espinhaço que percorre todo o cumprimento do cimo do crânio. Este ossudo espinhaço providência um ponto de fixação para os grandes músculos temporais.

Em relação aos dentes, estes apresentavam uma arcada dental parabólica, molares bastante largos e pré-molares com espesso esmalte, dentes incisivos muito pequenos, maxilares maciços, dentes completamente lisos.

Face achatada, causada pela posição anterior dos molares, e o tamanho extremamente grande dos molares e pré-molares, são características típicas das formas dos rubustus.

Estas características são a chave para o desenvolvimento de uma mastigação complexa destinada a processar comida vegetal fibrosa rija. A posição anterior dos molares criou espaço para grandes músculos de mastigação atrás do arco zygomático. Os grandes molares e pré-molares proporcionam grandes superfícies para moer os alimentos rijos.

A mastigação maciça é característica de todos membros de Paranthropus devido sua dieta vegetariana, atingindo o seu maior desenvolvimento com Paranthropus rubustus.

Aonde quero chegar com toda essa explicação?

Simples. Agora vou mostrar que a opção pela vegetarianismo ocasionou a extinção desse genero hominideo.

Há cerca de 2,8 Ma, produziu-se uma mudança climática que, no hemisfério norte, se
traduziu num avanço do gelo e, na África equatorial e tropical, por uma redução do bosque e um avanço da savana. Muitos especialistas relacionam estas mudanças com o desaparecimento dos últimos Australopithecus e o aparecimento dos novos generos: Paranthropus e Homo. Estes novos generos estariam adaptados a este novo ecossistema, ainda que com soluções diferentes.

O genero Homo(que resultou em várias evoluções até chegar ao Homo Sapiens Sapiens) escolheu uma dieta onivora consumindo um alimento novo para a espécie humana: a carne.

O genero Paranthropus(que não avançou, sendo fadado a extinção) escolheu uma dieta vegetariana, continuando com a mesma dieta dos seus antecessores porém mais especializada.

Por que o fim? Cadê os hominideos vegetarianos?

A Resposta: Extinção total!!!

Motivos?

Falta de inteligencia e adaptabilidade a uma alimentação variada.

Qual a moral da história?

O genero Paranthropus pagou um alto preço pelo vegetarianismo. Pois ao optar por ele precisaram ganhar uma "mastigação pesada".

Para comer vegetais e ervas esse genero humano ganhou mandibulas poderosas de alta pressao. Isso tinha uma qualidade e um defeito, sua mandíbula era muito forte e seus dentes eram mais fortes ainda, para mastigar as folhas secas da savana(ideal para uma dieta vegetariana), mas como o seu cérebro não era igual a sua mandíbula, forte,então era uma presa fácil para outros animais.

Pois para ter uma mandibula eficaz para uma alimentação vegetariana foi necessario abrir mão do crescimento da caixa craniana e subsequentemente do cerebro que nao podia ser muito grande devido a pressão exercida pelas mandibula e dentes adaptados para mastigação continua de vegetais.

TROCOU-SE A INTELIGÊNCIA PELA EFICÁCIA NA ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA/VEGANA.

Sendo presa fácil para os outros animais devido ao cerebro inferior em relação aos que optaram pela carne e dieta onivora(Homo rudolfensis e Homo habilis), os hominideos vegetarianos do genero Paranthropus ainda sofreram com as mudanças climáticas que reduziram sensivelmente sua area de alimentação devido a secas.

Não podendo comer carne e nao tendo inteligência para proteger-se de predadores, se adaptar a mudanças, ou buscar novos territórios com recursos de sua dieta o genero Paranthropus chegou a fim de sua existência. Não deixando nenhuma linhagem posterior e não chegando até os nossos dias.

TUDO ISSO EM DECORRÊNCIA DA ESCOLHA DA DIETA VEGETARIANA/VEGANA EM SUA ALIMENTAÇÃO.


sábado, 24 de agosto de 2013

DRAUZIO VARELLA: De volta ao café

A cafeína é a única droga psicoativa que podemos usar sem o menor sentimento de culpa. Há um ano, fiz essa afirmação nesta coluna depois de ler um artigo do "The New England Journal of Medicine", a revista médica de maior circulação mundial. Semanas atrás, a Folha resumiu um estudo publicado na revista "Mayo Clinic Proceedings" que aponta em outra direção.

Com base nessa aparente contradição, João Luiz Neves, de Curitiba, enviou para o Painel do Leitor a pergunta a mim dirigida: "E agora, doutor, como proceder?".

Somos bombardeados diariamente com mensagens de saúde conflitantes. A internet está abarrotada de sites e de e-mails que se propagam feito vírus, para exaltar os benefícios do alho, do limão, da maçã, do tomate orgânico, da berinjela e até da urinoterapia. O risco dessas informações médicas desencontradas é deixar o leitor descrente de todas.

Por essa razão, e pela importância do café em nossas vidas, vou comparar as duas pesquisas.

O estudo do "New England" foi patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos. Nele, foram incluídos 229.119 homens e 173.141 mulheres saudáveis, com idades entre 50 e 71 anos.

De acordo com o número de xícaras tomadas diariamente, o grupo foi dividido em dez categorias.

Durante os 14 anos de acompanhamento, foram a óbito 33.731 homens e 18.784 mulheres. Depois de eliminar fatores como cigarro (especialmente), sedentarismo e obesidade, ficou claro haver uma relação inversa: quanto mais café, menor o número de mortes.

Além de diminuir a mortalidade geral, tomar café reduziu o número de óbitos por diabetes, doenças cardiorrespiratórias, derrames cerebrais, ferimentos, acidentes e infecções. As mortes por câncer não foram afetadas.

O efeito protetor foi diretamente proporcional ao número de xícaras ingeridas diariamente. A diminuição mais acentuada da mortalidade aconteceu no subgrupo de seis xícaras ou mais por dia: redução de 10% nos homens e 15% nas mulheres.

Essa associação foi independente da preferência por café descafeinado ou não, sugerindo que a proteção não ocorre por conta da cafeína.

Vamos à publicação da revista da "Mayo Clinic". Durante 17 anos, foram acompanhados 43.727 participantes. Nesse período, ocorreram 2.512 mortes, das quais 32% por doenças cardiovasculares.

Comparados com os que não tomavam café, entre os bebedores contumazes do sexo masculino --definidos como aqueles que consumiam diariamente mais de quatro canecas de oito onças (equivalentes a cerca de 240 mililitros)-- houve aumento da mortalidade geral. Nas mulheres, não houve diferença estatisticamente significativa.

Entre os participantes com menos de 55 anos, no entanto, tomar mais do que as quatro canecas por dia aumentou a mortalidade em 56% entre os homens e 113% entre as mulheres.

Não houve associação entre consumo de café e mortalidade por doenças cardiovasculares. Nesse caso, como relacioná-lo com as mortes por infecções, acidentes automobilísticos ou câncer?

Na comparação, o primeiro estudo tem evidências mais confiáveis: incluiu dez vezes mais participantes, acompanhados por período semelhante (14 versus 17 anos), que foram divididos em dez grupos em ordem crescente da quantidade de café ingerido por dia. Todos eles se beneficiaram.

No segundo estudo, só tiveram a mortalidade aumentada aqueles que tomavam mais de quatro canecas de 240 mililitros por dia. Ou seja, foi prejudicado apenas quem tomou mais de um litro por dia, durante 17 anos, em média.

É inexplicável porque as mulheres, quando analisadas globalmente, não apresentaram mortalidade mais alta, enquanto no subgrupo com menos de 55 anos o aumento foi de 113%.

O problema com ambos os estudos é que são retrospectivos: a decisão de tomar ou não café foi tomada no passado, de acordo com a vontade pessoal. O ideal é que fossem prospectivos, nos quais os participantes seriam acompanhados só depois de sorteados ao acaso para fazer parte do grupo dos abstêmios ou dos tomadores de café. Por razões óbvias, uma pesquisa com essas características jamais será realizada.


Por isso, caro João Luiz, pode tomar seu café sem remorsos. Por via das dúvidas, faça como eu e todas as pessoas de bom senso: evite beber mais do que um litro por dia.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Receita da Outback Bloomin' Onion (Cebola em Flor do Outback)

Ingredientes:
100ml de amido de milho
350ml de farinha de trigo
2 dentes de alho picados
2 colheres de chá de páprica
1 colher de chá de sal
1 colher de chá de pimenta
1 garrafa grande de cerveja
4 cebolas de 10 cm de diâmetro

Farinha temperada:
500g de farinha de trigo
4 colheres de chá de páprica
2 colheres de chá de alho em pó
½ colheres de chá de pimenta
¼ colheres de chá de pimenta Caiena
Molho Chili:
500g de maionese
500g de creme azedo
100g de Tomato chili sauce
½ colheres de chá de pimenta caiena

Misture o amido de milho aos outros temperos. Adicione a cerveja e misture bem.

Corte mais ou menos 2 cm do topo das cebolas e descasque. Corte verticalmente as cebolas em umas 12 partes, mas sem chegar até a base. Remova 2cm das pétalas centrais. Mergulhe a cebola na farinha temperada e remova o excesso sacudindo. Separe bem as pétalas para que a massa as cubra completamente.

Coloque em uma cesta para fritar em óleo a 400 graus durante 1 ½ minuto. Vire a cebola, repita a operação por 1 ½ minutos ou até que a cebola fique castanho-dourada e seque em toalha de papel.

Coloque a cebola em uma tigela rasa e sirva quente com um molho de chili cremoso.

Farinha temperada: Combine farinha, páprica, pó de alho, pimenta caiena e misture bem.

Molho de chili cremoso: Combine maionese, nata azeda, molho de pimenta-malagueta e caiena e misture bem.

sábado, 25 de maio de 2013

A História da Cebola


As cebolas são pequenas e seus tecidos deixam pouco ou nenhum rastro, por isso não há nenhuma opinião conclusiva sobre o local exato e tempo do seu surgimento. Muitos arqueólogos, botânicos e historiadores de alimentos acreditam que as cebolas tenham origem na Ásia Central. Outra pesquisa sugere que cebolas apareceram primeiro no Irã e no Oeste do Paquistão.

Presume-se que nossos ancetrais descobriram e começaram a comer cebolas selvagens muito cedo - muito tempo antes do cultivo ou até mesmo da invenção da escrita. Muito provavelmente, este humilde vegetal foi básico na dieta pré-histórica.

A maioria dos pesquisadores concordam que a cebola vem sendo cultivada há cinco mil anos ou mais. Considerando que as cebolas cresceram selvagens em várias regiões, elas provavelmente foram consumidos por milhares de anos e foram “domesticadas” simultaneamente no mundo inteiro. Cebolas podem ser uma das culturas mais antigas porque eram menos perecíveis que outros alimentos, eram transportáveis, de fácil crescimento e podiam ser cultivadas em uma grande variedade de terras e climas. Além disso, a cebola era útil para sustentar a vida humana. Cebolas preveniram a sede e poderiam ser desidratadas e preservadas para consumo posterior, quando comida fosse escassa.

Enquanto o lugar e a época da origem da cebola ainda são um mistério, há muitos documentos antigos que descrevem sua importância como alimento e seu uso em arte, medicina e mumificação.

Cebolas já cresciam em jardins chineses há cinco mil anos e também são citadas em algumas das escritas Védicas mais antigas da Índia. No Egito, as cebolas já eram consumidas em 3.500 A.C. Há evidência que os sumérios cultivavam cebolas já em 2.500 A.C. Um texto sumério de aproximadamente 2.500 B.C. narra alguém arando o canteiro de cebolas do governo de uma cidade.

No Egito, cebolas eram de fato um objeto de adoração. A cebola simbolizava eternidade dos egípcios, que enterravam cebolas junto com seus Faraós. Os egípcios viam vida eterna na anatomia da cebola por causa de sua estrutura de “círculos-dentro-de-círculos”. Pinturas de cebolas podem ser vistas nas paredes internas das pirâmides e nas tumbas do Velho e do Novo Reinados. A cebolas são mencionadas como oferendas de funerais, são descritas nas mesas dos grandes banquetes - cebolas grandes, descascadas e esbeltas - e são mostradas nos altares dos deuses.

Freqüentemente são vistas pinturas de sacerdotes com cebolas nas mãos ou cobrindo altares com suas folhas ou raízes. Em múmias, freqüentemente são achadas cebolas nas regiões pélvicas do corpo, no tórax, achatadas contra as orelhas e na frente aos olhos. Foram achadas cebolas florescentes no tórax, nas solas dos pés e ao longo das pernas. Rei Ramses IV que morreu em 1160 A.C., foi enterrado com cebolas nas órbitas oculares. Alguns egiptólogos teorizam que cebolas podem ter sido usadas porque acreditava-se que seu cheiro forte e/ou poderes mágicos incitariam o morto a respirar novamente. Outros egiptólogos acreditam que era porque cebolas já eram conhecidas pelas suas qualidades antissépticas, o que era interpretado como mágico e útil na vida após a morte.

No Velho Testamento, Números 11:5, as crianças de Israel lamentaram a dieta escassa obrigada pelo Êxodo: “Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.”

Na Índia já no sexto século antes de Cristo, o famoso tratado médico Charaka - Sanhita celebra a cebola como medicamento - um diurético, bom para digestão, o coração, os olhos e as juntas.

Igualmente, Dioscorides, médico grego no primeiro século depois de Cristo, descobriu vários usos medicinais das cebolas. Os gregos usavam cebolas para fortalecer os atletas para os Jogos Olímpicos. Antes de competição, atletas consumiriam libras de cebolas, bebiam suco de cebola e esfregavam cebolas nos corpos.

Os romanos comiam cebolas regularmente e levaram-nas em viagens para suas províncias na Inglaterra e Alemanha. Plinio o Ancião, agudo observador romano, descreveu as cebolas e repolhos Pompeia. Antes que fosse morto pelo Vesúvio, Plinio o Ancião catalogou as convicções romanas sobre a eficácia da cebola em curar problemas de visão, induzir o sono, curar feridas da boca, mordidas de cachorro, dores de dente, disenteria e lumbago. Pesquisadores da Pompeia soterrada acharam jardins onde, da mesma maneira que Plinio tinha dito, as cebolas tinham crescido. Os bulbos tinham deixado cavidades denunciadoras no chão.

Apicius, o gourmet romano, escreveu um dos primeiros livros de receitas (datados do oitavo e nono séculos depois de Cristo), incluindo muitas referências a cebolas.

Antes da Idade Média, os três legumes principais de culinária européia eram feijões, repolho e cebolas. Além de servir como uma comida para pobres e ricos, eram prescritas cebolas para aliviar dores de cabeça, mordidas de cobra e perda de cabelo. Elas também eram usadas como pagamentos de aluguéis e presentes de casamento.

Na América do Norte, os primeiros peregrinos trouxeram cebolas com eles no Mayflower. Porém, eles descobriram que os índios americanos nativos já usavam cebolas selvagens de uma grande variedade de modos, comendo-as cruas ou cozidas, como tempero ou legume. Tais cebolas também eram usadas em xaropes, como cataplasmas, como ingrediente em tinturas e até mesmo como brinquedos.