As cebolas são pequenas e seus tecidos deixam pouco ou
nenhum rastro, por isso não há nenhuma opinião conclusiva sobre o local exato e
tempo do seu surgimento. Muitos arqueólogos, botânicos e historiadores de
alimentos acreditam que as cebolas tenham origem na Ásia Central. Outra
pesquisa sugere que cebolas apareceram primeiro no Irã e no Oeste do Paquistão.
Presume-se que nossos ancetrais descobriram e começaram a
comer cebolas selvagens muito cedo - muito tempo antes do cultivo ou até mesmo
da invenção da escrita. Muito provavelmente, este humilde vegetal foi básico na
dieta pré-histórica.
A maioria dos pesquisadores concordam que a cebola vem sendo
cultivada há cinco mil anos ou mais. Considerando que as cebolas cresceram
selvagens em várias regiões, elas provavelmente foram consumidos por milhares
de anos e foram “domesticadas” simultaneamente no mundo inteiro. Cebolas podem
ser uma das culturas mais antigas porque eram menos perecíveis que outros
alimentos, eram transportáveis, de fácil crescimento e podiam ser cultivadas em
uma grande variedade de terras e climas. Além disso, a cebola era útil para
sustentar a vida humana. Cebolas preveniram a sede e poderiam ser desidratadas
e preservadas para consumo posterior, quando comida fosse escassa.
Enquanto o lugar e a época da origem da cebola ainda são um
mistério, há muitos documentos antigos que descrevem sua importância como
alimento e seu uso em arte, medicina e mumificação.
Cebolas já cresciam em jardins chineses há cinco mil anos e
também são citadas em algumas das escritas Védicas mais antigas da Índia. No
Egito, as cebolas já eram consumidas em 3.500 A.C. Há evidência que os sumérios
cultivavam cebolas já em 2.500 A.C. Um texto sumério de aproximadamente 2.500
B.C. narra alguém arando o canteiro de cebolas do governo de uma cidade.
No Egito, cebolas eram de fato um objeto de adoração. A
cebola simbolizava eternidade dos egípcios, que enterravam cebolas junto com
seus Faraós. Os egípcios viam vida eterna na anatomia da cebola por causa de
sua estrutura de “círculos-dentro-de-círculos”. Pinturas de cebolas podem ser
vistas nas paredes internas das pirâmides e nas tumbas do Velho e do Novo
Reinados. A cebolas são mencionadas como oferendas de funerais, são descritas
nas mesas dos grandes banquetes - cebolas grandes, descascadas e esbeltas - e
são mostradas nos altares dos deuses.
Freqüentemente são vistas pinturas de sacerdotes com cebolas
nas mãos ou cobrindo altares com suas folhas ou raízes. Em múmias,
freqüentemente são achadas cebolas nas regiões pélvicas do corpo, no tórax,
achatadas contra as orelhas e na frente aos olhos. Foram achadas cebolas
florescentes no tórax, nas solas dos pés e ao longo das pernas. Rei Ramses IV
que morreu em 1160 A.C., foi enterrado com cebolas nas órbitas oculares. Alguns
egiptólogos teorizam que cebolas podem ter sido usadas porque acreditava-se que
seu cheiro forte e/ou poderes mágicos incitariam o morto a respirar novamente.
Outros egiptólogos acreditam que era porque cebolas já eram conhecidas pelas
suas qualidades antissépticas, o que era interpretado como mágico e útil na
vida após a morte.
No Velho Testamento, Números 11:5, as crianças de Israel
lamentaram a dieta escassa obrigada pelo Êxodo: “Lembramo-nos dos peixes que,
no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das
cebolas e dos alhos.”
Na Índia já no sexto século antes de Cristo, o famoso
tratado médico Charaka - Sanhita celebra a cebola como medicamento - um
diurético, bom para digestão, o coração, os olhos e as juntas.
Igualmente, Dioscorides, médico grego no primeiro século
depois de Cristo, descobriu vários usos medicinais das cebolas. Os gregos
usavam cebolas para fortalecer os atletas para os Jogos Olímpicos. Antes de
competição, atletas consumiriam libras de cebolas, bebiam suco de cebola e
esfregavam cebolas nos corpos.
Os romanos comiam cebolas regularmente e levaram-nas em
viagens para suas províncias na Inglaterra e Alemanha. Plinio o Ancião, agudo
observador romano, descreveu as cebolas e repolhos Pompeia. Antes que fosse
morto pelo Vesúvio, Plinio o Ancião catalogou as convicções romanas sobre a
eficácia da cebola em curar problemas de visão, induzir o sono, curar feridas
da boca, mordidas de cachorro, dores de dente, disenteria e lumbago.
Pesquisadores da Pompeia soterrada acharam jardins onde, da mesma maneira que
Plinio tinha dito, as cebolas tinham crescido. Os bulbos tinham deixado
cavidades denunciadoras no chão.
Apicius, o gourmet romano, escreveu um dos primeiros livros
de receitas (datados do oitavo e nono séculos depois de Cristo), incluindo
muitas referências a cebolas.
Antes da Idade Média, os três legumes principais de
culinária européia eram feijões, repolho e cebolas. Além de servir como uma
comida para pobres e ricos, eram prescritas cebolas para aliviar dores de
cabeça, mordidas de cobra e perda de cabelo. Elas também eram usadas como
pagamentos de aluguéis e presentes de casamento.
Na América do Norte, os primeiros peregrinos trouxeram
cebolas com eles no Mayflower. Porém, eles descobriram que os índios americanos
nativos já usavam cebolas selvagens de uma grande variedade de modos,
comendo-as cruas ou cozidas, como tempero ou legume. Tais cebolas também eram
usadas em xaropes, como cataplasmas, como ingrediente em tinturas e até mesmo
como brinquedos.
Gostei muito dessas explicações.
ResponderExcluirGostei muito dessas explicações.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmuito legal
ResponderExcluirMuito boa explicação.
ResponderExcluiroi, gostaria de saber qual foi os sites que você uso como referencias para esta fazendo este trabalho....
ResponderExcluiroi poderia me responder por favor!
Excluir